Outro dia, ouvindo alguns amigos no trabalho conversarem, tomei conhecimento da existência e fui apresentado a alguns vídeos sobre o GTA RP. Para quem não sabe – como eu não sabia –, trata-se de uma versão modificada do famoso jogo GTA V, onde os jogadores assumem identidades e vivem em cidades virtuais, trabalhando, comprando e interagindo como se fosse a vida real.
Como se fosse mesmo: os usuários fazem entrevistas de emprego para assumir as profissões, batem ponto no trabalho, encontram-se para conversar e fazer coisas juntos e até utilizam aplicativos e redes sociais dentro do jogo, como OLX, Instagram, WhatsApp e Tinder.
Para os da minha geração, que em meados da década passada foram apresentados ao Second Life como a promessa de uma revolução na realidade virtual que não chegou a acontecer, assistir a uma cidade virtual como esta em pleno funcionamento, com o nível de detalhes, profissões e papéis que possui, é algo extraordinário.
Mas sabe o que mais me chamou atenção nisso tudo? Marcas reais estavam ali dentro, sendo consumidas e experimentadas por uma geração inteira que praticamente desconhece o mundo sem internet.

Fiquei me perguntando: quantas empresas tradicionais sequer fazem ideia de que esse universo existe? Mais do que isso, quantas estão perdendo oportunidades porque ainda veem o digital apenas como um canal de anúncios e não como um ambiente vivo, onde sua marca pode (e deve) estar presente de forma interativa e imersiva?
A maioria das empresas ainda encara o digital como um complemento, não como o próprio mercado. O marketing tradicional continua focado em mídia paga, campanhas lineares e anúncios estáticos, enquanto o consumidor já migrou para experiências interativas e imersivas.
O que isso significa? Significa que sua marca pode estar falando sozinha enquanto seu público-alvo está vivendo experiências em metaversos, interagindo com influenciadores virtuais e experimentando produtos de forma digital.

Um exemplo positivo e oportuno foi uma ação do IFood, que não só permitiu a jogadores trabalharem como entregadores no GTA RP, ganhando dinheiro virtual para compras no jogo, como também remunerou com cupons para uso na vida real.

Cada vez mais, se quiserem se manter relevantes, as marcas precisam adentrar o marketing imersivo, proporcionando experiências interativas que integrem os mundos físico e digital. Ou seja, criar experiências envolventes, interativas e, principalmente, alinhadas ao comportamento digital do consumidor, passam a ser uma estratégia de sobrevivência em um mundo em rápida transformação, onde as fronteiras entre vida real e virtual ficam cada vez mais difusas.
E você, já está acompanhando essa revolução? Como pretende construir mais relevância nestes novos ambientes?